Brasileira, imaginativa, leitora, dançarina, stripper e super mulher.

Eu amo a tua nudez
porque nua tu me bebes com teus poros,
como faz a água
quando me submerjo nas suas paredes.

A tua nudez derruba com o seu calor os limites,
abre todas as portas para que eu te adivinhe,
leva-me pela mão como um elo perdido
que em ti deixará a sua idade e as suas perguntas.

A tua pele doce e salgada que eu respiro e que eu sorvo
torna-se o meu universo, o credo que alimenta;
a lâmpada aromática que eu levanto quando estou cego
quando os desejos me ladram nas sombras.

Quando me despes de olhos fechados
cabes numa taça junto à minha língua,
cabes entre as minhas mãos como pão necessário,
cabes debaixo do meu corpo mais completo que a sua sombra.
No dia em que morreres, enterrar-te-ei nua
para que o teu lançamento na terra seja limpo,
para que eu possa beijar a tua pele nas estradas,
trançar os teus cabelos dispersos em cada rio.

No dia em que morreres, enterrar-te-ei nua,
como quando renasceste entre as minhas pernas.